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EDITORIAL- A alimentação é um direito humano!

A protecção social e o direito à alimentação são essenciais para a construção de sistemas agro-alimentares eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis que não deixem ninguém para trás. »

É assim que a FAO descreve o direito à alimentação; mas, actualmente, este direito é, infelizmente, violado de muitas formas.

A nossa sociedade converteu este que é um direito humano, uma necessidade, numa mercadoria: os supermercados já não são locais para consumir alimentos, mas para vender produtos de acordo com uma lógica capitalista, em que o objectivo é produzir o máximo possível gastando o mínimo possível. Isto abre a porta à utilização de fertilizantes químicos, pesticidas e OGM, que poluem a água, a terra e o ar e destroem a biodiversidade.

Ora, esta lógica não respeita nem as necessidades nutricionais dos seres humanos, nem os direitos dos trabalhadores que produzem estes bens, nem o ambiente, de modo que perdemos em todos os sentidos. É preciso dizer alto e bom som: o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade, produzidos com respeito pelos seres humanos e pelo meio ambiente, é um direito, tal como a água e o ar; os alimentos nunca podem ser uma mera mercadoria.

Se para comer bem, a minha alimentação tem de ser orgânica, sem pesticidas, sem adubos químicos, sem OGM, então NÃO devemos ter o direito de produzir em condições que não respeitam os seres humanos e o planeta.

Temos, portanto, de mudar a nossa lógica e voltar a colocar o direito a uma alimentação saudável e de qualidade no centro da nossa sociedade, num sistema que respeite os seres humanos e o ambiente.

Vocês perguntarão: o que podemos fazer como cidadãos para avançar nessa direção?

– Em primeiro lugar, exigir o direito a uma alimentação saudável e de qualidade, que é reconhecido como um direito universal.

– Assegurar que este direito é um direito e não um privilégio, tornando estes alimentos acessíveis a toda a população.

– Comprar e apoiar a produção alimentar orgânica, local e de estação e os produtores que respeitam os direitos dos trabalhadores-as.

Um exemplo de ação é a organização de cooperativas alimentares, como a Mesa em Esch, com a cooperativa KiloMinett0. Esta Cooperativa permite um diálogo entre os consumidores e os produtores locais. Oferece também um café/restaurante no qual fornece alimentos orgânicos, locais, vegetarianos, veganos e de estação a preços razoáveis. Por fim, tem também uma mercearia que vende produtos orgânicos e locais a granel.

Acreditamos numa transição ecológica que seja inclusiva, solidária e justa, e estamos a fazer tudo o que podemos para a tornar uma realidade em Esch, com e para os cidadãos.

Adriana Cardoso y Yasmin Labidi